25 de julho de 2010 | N° 8877
CAPA
Sair de carro é a última opção
Enquanto para alguns a simples ideia de trocar o carro pela bicicleta traz à mente uma porção de inconvenientes – dias de mau tempo, suor, trânsito inseguro –, para outros é o inverso: abrir mão da bike pelo carro se mostra totalmente sem sentido.
– Acho estranho o fato de, sozinha, conseguir mover uma tonelada – diz a bioquímica Hila Rocha.
Com a vantagem de ter armário e vestiário com chuveiro no trabalho, ela só se locomove de bicicleta.
– Nos dias quentes, posso chegar lá, tomar um banho e trocar a roupa por outra mais adequada – diz ela, que tem no carro estacionado na garagem (que apenas o filho dirige, de vez em quando) um adesivo que lembra as advertências em carteiras de cigarro, enumerando quantos gases o carro emite e os males que isto pode causar ao meio ambiente.
Para o deslocamento, o trânsito lento das grandes cidades é outro ponto extra para a bike. Hila afirma que, dependendo da rua e dos horários, a bicicleta é mais rápida que o carro.
– Faço tudo de bike. Além de trabalhar, vou ao cinema, jantar fora e até pra barzinhos de bicicleta. Em alguns lugares as pessoas acham estranho, parece que sou uma aberração. Mas em outros, sinto muita receptividade.
Ela conta que outro dia foi jantar com a filha em um restaurante japonês que tinha manobrista.
– Ele que “estacionou” e depois buscou a bike para mim. Foi muito engraçado – conta a bioquímica.
Além de não emitir os gases prejudiciais ao meioambiente, que os automóveis jogam na atmosfera, as bikes ainda ocupam menos espaço territorial, um aspecto bem importante em cidades que precisam destinar cada vez mais área para ocupação humana e menos para o cultivo do verde.
O mais recente apelo em nome da bike é a possibilidade de manter a elegância sob duas rodas. Talvez por isso o número de mulheres adeptas do uso da bike esteja aumentando. Nos passeios noturnos organizados pela ONG ViaCiclo - Associação dos Ciclousuários da Grande Florianópolis, a maioria dos participantes é do sexo feminino, que têm um perfil diferenciado.
– São mulheres que se preocupam com a saúde e não dispensam o batom, por exemplo – diz Milton.
É o caso da arquiteta Ana Paula Beszczynski, de Blumenau. Ela usa o veículo para todos os deslocamentos.
– Só uso ônibus em dias de chuva. Vou à padaria, ao mercado, ao barzinho e até às reuniões de trabalho.
Retirado daqui.
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